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terça-feira, 27 de julho de 2010

Castro Alves


Castro Alves (Antônio de Castro Alves), poeta, nasceu em Muritiba (BA) em 14/03/1847 e faleceu em Salvador (BA), em 06/07/1871.

Nasceu na fazenda de Cabeceiras da então freguesia de Muritiba. Poeta romântico, teve alguns de seus poemas musicados,

A paixão concreta e ardente pela atriz portuguesa Eugênia Câmara influenciou o poeta em sua visão poética do amor.

Essa visão pode ser classificada não só como sentimental, mas também como sensual, entendida como uma poesia que apela aos sentidos (sensorial). É desse período o poema O Gondoleiro do Amor, em que a descrição da amada é carregada de uma sensualidade sem precedentes no Romantismo brasileiro.

Inspirado por Eugênia, Castro Alves escreveu seus mais belos poemas de esperança, euforia, desespero e saudade, como É Tarde. Pela primeira vez, a poesia é motivada pela paixão e pelo envolvimento amoroso, e a dor não se traduz em lamentos e queixas. Seu sentimentalismo amoroso é maduro, adulto e se realiza em sua plenitude carnal e emocional.

Gondoleiro do Amor" Vicente Celestino

música de Salvador Fábregas

Teus olhos são negros, negros, como as noites sem luar ... / São ardentes, são profundos, como o negrume do mar... / Sobre o barco dos amores, da vida boiando à flor, / doiram teus olhos a fronte do Gondoleiro do amor...
Tua voz é a cavatina dos palácios do Sorrento. / Quando a praia beija a vaga, / quando a vaga beija o vento. / E como em noites de Itália, ama um canto o pescador / Bebe a harmonia em teus cantos o Gondoleiro do Amor.
Teu amor na treva é um astro, no silêncio, uma canção / É brisa nas calmarias, é abrigo no tufão / Por isso eu te amo, querida, quer no prazer, quer na dor. / Rosa! Canto! Sombra! Estrela! do Gondoleiro do Amor.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Carlos Gomes


Carlos Gomes ficou reconhecido internacionalmente como compositor de óperas. O que pouca gente sabe é que ele compôs a partir de um universo bastante diversificado, bem próprio de seu estilo, influências e contexto histórico. No seu repertório encontramos música sacra, modinhas, cantatas e operetas.

Quando ouvimos suas modinhas nos lembramos de sua origem das festas de salões em volta do piano, dos saraus -musicais tão frequentes no Rio e São Paulo do século XIX.

Esta Quem sabe ? é de 1859 aqui cantada por Aginaldo Timóteo

Tão longe de mim distante
Onde irá, onde irá teu pensamento
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Tão longe de mim distante
Onde irá, onde irá teu pensamento
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Quisera, saber agora
Quisera, saber agora
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Se esqueceste, se esqueceste
Se esqueceste o juramento.
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Quem sabe se és constante
Se ainda é meu teu pensamento
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Minh’alma toda devora
Dá saudade dá saudade agro tormento
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Tão longe de mim distante
Onde irá onde irá teu pensamento
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Quisera saber agora
Se esqueceste se esqueceste o juramento.


sábado, 17 de julho de 2010

Anacleto Augusto de Medeiros(1ªParte)


Anacleto Augusto de Medeiros, compositor, regente e instrumentista. nasceu em Paquetá RJ em 13/7/1866 e faleceu em 14/8/1907.

Nascido na antiga Rua dos Muros, filho de uma escrava liberta, foi baptizado com o nome do santo do dia.

Aos nove anos ingressou na Companhia de Menores do Arsenal de Guerra (Rio de Janeiro RJ) e iniciou-se no aprendizado da música, tocando flautim na banda do Arsenal, dirigida por Antônio dos Santos Bocót.

Em 1884 entrou para a Imprensa Nacional (então Tipografia Nacional), como aprendiz de tipógrafo, e matriculou-se no Conservatório de Música, onde foi contemporâneo de Francisco Braga. Na Tipografia, organizou o Clube Musical Guttemberg, integrado por meninos operários. Quando se formou no Conservatório, em 1886, executava vários instrumentos de sopro, mas preferia o sax-soprano. Com alguns músicos da extinta banda de Paquetá, fundou a banda da Sociedade Recreio Musical Paquetaense, compondo para esse conjunto algumas obras sacras, executadas sobretudo em festas, nas igrejas da ilha.

(continua)


Autor e um dos precursores do choro, como de pode ver por este magnífico exemplo

Fonte-MPB cifra antiga

  • Yara
  • Interpretado pelo Bando do Chorão

Só encontrei esta versão amadora da Yara feita Rasga coração

Se tu queres ver a imensidão do céu e mar
Reflectindo a prismatização da luz solar
Rasga o coração, vem te debruçar
Sobre a vastidão do meu penar

Rasga-o, que hás de ver
Lá dentro a dor a soluçar
Sob o peso de uma cruz
De lágrimas chorar
Anjos a cantar preces divinais
Deus a ritmar seus pobres ais

Sorve todo o olor que anda a reacender
Pelas espinhosas florações do meu sofrer
Vê se podes ler nas suas pulsações
As brancas ilusões e o que ele diz no seu gemer
E que não pode a tia dizer nas palpitações
Ouve-o brandamente, docemente a palpitar
Casto e purpural num treno vesperal
Mais puro que uma cândida vestal

Hás de ouvir um hino
Só de flores a cantar
Sobre um mar de pétalas
De dores ondular
Doido a te chamar, anjo tutelar
Na ânsia de te ver ou de morrer

Anjo do perdão! Flor vem me abrir
Este coração na primavera desta dor
Ao reflorir mago sorrir nos rubros lábios teus
Verás minha paixão sorrindo a Deus

Palma lá do Empíreo
Que alentou Jesus na cruz

Lírio do martírio

Coração, hóstia de luz

Ai crepuscular, túmulo estelar
Rubra via-sacra do penar

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Fracasso


Relembro sem saudade o nosso amor
O nosso último beijo e último abraço
Porque só me ficou
Da históris triste deste amor
A história dolorosa de um fracasso.
Fracasso
Por te querer assim como eu quis
Fracasso
Por não poder fazer-te feliz
Fracasso por te amar
Como a nenhuma outra eu amei
Chorar o que já chorei
Fracasso eu sei.
Fracasso
Por compreender que devo esquecer
Fracasso
Por que já sei que não esquecerei
Fracasso, fracasso, fracasso
Fracasso afinal
Por te querer tanto bem
E me fazer tanto mal.


Cinco letras que choram-Adeus


Cantado por Francisco Alves um samba de 1947 de Silvino Neto


Adeus, adeus, adeus
Adeus
Adeus, adeus, adeus
Cinco letras que choram
Num soluço de dor
Adeus, adeus, adeus
É como o fim de uma estrada
Cortando a encruzilhada
Ponto final de um romance de amor
Quem parte tem os olhos rasos d'água
Sentindo a grande mágoa
Por se despedir de alguém
Quem fica, também fica chorando
Com um lenço acenando
Querendo partir também
Adeus, adeus, adeus
Adeus, adeus, adeus



quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dá-me tuas maõs


Este é fox-canção de 1939 de Roberto Martins e Mário Lago cantado por Orlando Silva o cantor das multidões.

De 1935 a 1942, Orlando Silva foi o mais perfeito cantor popular do Brasil. E um dos mais perfeitos do mundo." Assim começa Ruy Castro a história de Orlando.

A sua carreira foi curta, durou apenas sete anos. Em 1940 algo afetou cruelmente a sua voz. Falou-se de bebida, drogas e de mulheres. Mas essas versões eram vagas e injustas.

Até a sua morte foi impossível apurar a verdade. Agora sabemos que a morfina foi a grande causadora do fim trágico de uma bela carreira.

Tudo começou com um acidente ocorrido em 1932 quando perdeu parte do pé ao cair de um bonde em movimento. Passou quatro meses internado no Souza Aguiar, com fortes dores, tomando morfina para poder suportar o sofrimento.


Porque tanta pressa
De chegar ao fim ?
Porque terminar
O nosso amor assim
Se eu não revelei
Tudo o que sonhei
E nem tu
Disseste tudo para mim.

Dá-me tuas mãos, por favor
Põe os teus olhos nos meus
Que eles dirão quanta dor
Vai me causar este adeus
Ficou tão triste o luar
Vendo acabar nosso amor
Dá-me, tuas mãos, por favor