Querendo ver outros blogs meus consultar a Teia dos meus blogs

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Vampiros

Em 29 de Janeiro de 1983 realiza-se o espectáculo no Coliseu com José Afonso já em dificuldades.

Participam Octávio Sérgio, António Sérgio, Lopes de Almeida, Durval Moreirinhas, Rui Pato, Fausto, Júlio Pereira, Guilherme Inês, Rui Castro, Rui Júnior, Sérgio Mestre e Janita Salomé.

É publicado o duplo álbum Ao Vivo no Coliseu."


No céu cinzento sob o astro mudo
Batendo as asas Pela noite calada
Vêm em bandos Com pés veludo
Chupar o sangue Fresco da manada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

A toda a parte Chegam os vampiros
Poisam nos prédios Poisam nas calçadas
Trazem no ventre Despojos antigos
Mas nada os prende Às vidas acabadas

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

Se alguém se engana com seu ar sisudo
E lhes franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

No chão do medo Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos Na noite abafada
Jazem nos fossos Vítimas dum credo
E não se esgota O sangue da manada

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

São os mordomos Do universo todo
Senhores à força Mandadores sem lei
Enchem as tulhas Bebem vinho novo
Dançam a ronda No pinhal do rei

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

Se alguém se engana Com seu ar sisudo
E lhe franqueia As portas à chegada
Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

Eles comem tudo Eles comem tudo
Eles comem tudo E não deixam nada [bis]

Caso não consiga ver o vídeo clicar >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>> aqui



5 comentários:

xistosa, josé torres disse...

A primeira vez que o ouvi ao vivo, foi em Setembro de 1974.
Já não me recordo onde.
Terá sido em Palhavã, no antigo local da Feira Popular?
Não tenho a certeza, mas parece-me que talvez não tenha sido.
Já não me recordo bem.
Ouvi-o mais duas vezes ao vivo na Festa do Avante, talvez na Quinta da Atalaia.
Vivi dois anos em Lisboa, mas os nomes ... foram-se.
Tenho todos os ... ora como se chamavam? Lp(s) e, ... agora não me recordo, os mais pequenos e até alguns "cartuchos", formato que "viveu" no tempo das cassetes, mas que desapareceu.
Ainda "funcemina" o rádio que os tocava ...

Não sinto nostalgia. O que passou, passou, mas foram muito e bons tempos numa vertente e muito e maus, quando prenderam o meu pai.
Afinal os altos e baixos duma qualquer vida.
Bem haja pelo que aqui tem ...

Luís Maia disse...

Amigo xistosa

As memórias de Lisboa estão um bocado difusas (rss) , mas isso também não interessa nada.
penso que a Feira Popular esteve em Palhavã até 1957 ou 58 (onde hoje é a Gulbenkian. depois esteve una anitos no Jardim da Estrela e depois foi para o sítio onde morreu assassinada em nome da Bragaparques.
Ao falar do Zeca, não se pode deixar de falar do passado, mas (falo por mim) está cada vez mais a ilustrar o nosso presente e receio ainda mais o futuro.

Um abraço

Luís Maia

marciavillela disse...

Pois vejam patricios, sou brasileira e so agora recentemente tomei conhecimento da obra do grande poeta, musico e militante da liberdade Zeca Afonso. (a este tempo eu tambem andava a militar,protestar contra a ditadura militar que vivemos por 30 anos!) Estou fascinada por este homem que infelizmente muito cedo deixou o mundo. Creio que sua luta nao foi em vao, nehuma luta pela liberdade e va. Viva Zeca Afonso! Vivam suas cancoes e conviccoes para que sirvam de licao aos jovens, e mostrem aos governos prepotentes e opressores que o Povo e quem tem o Poder . Viva a Liberdade de Expressao!Viva a Revolucao de25 de Abril!Um beijo em seu coracao, querido povo portugues. MARCIA VILLELA
GOV.VALADARES(MG)-BRASIL
marciavillela13@hotmail.com

Luís Maia disse...

Obrigado Marcia

como parte integrante desse povo que vc julgo que muito sinceramente beijou no coração,

O Zeca que vc só recentemente conheceu é o paradigma duma geração de cantores e de artístas que deram voz ao sofrer um povo que dura há séculos, embora com nuances de descompressão.
Tal qual o seu julgo eu, que sofreu e ainda sofre as amarguras de não ser feliz.
São sempre os artístas que voz aos nossos sofreres e por isso ficam sempre na nossa memória, enquanto ela resistir.
O Zeca foi o paradígma disse eu mas houve outros tantos que se não deixaram engajar pelo sistema. Consiga eu arranjar alguns dos seus testemunhos que não deixarei de os trazer aqui.

Para já se clicar na etiqueta 41 ouvirá um dos trechos mais em concebidos na altura contra a guerra colonial por Natália Correia e cantado por José Mário Branco

Um abraço
Luís Maia

Anônimo disse...

Sempre actual e os vampiros cada vez mais sedentos.